Loteamento Quinta do Carreiro

Trata-se de um conjunto de habitações unifamiliares (meia cave + r/ch + 1ºandar) que se enquadram num loteamento organizado em pequenas bandas implantadas em socalcos, vencendo um terreno bastante inclinado.
Procurou-se encontrar uma regra geral que, aplicada a todos os fogos, conferisse unidade a todo o bairro, salvaguardando no entanto alguma diversidade pela introdução de exceções pontuais.
O carácter do terreno foi determinante na opção de uma cobertura inclinada. Assim, estabelece-se por regra um paralelo entre a inclinação das coberturas e a encosta, procurando acentuar e redesenhar o seu declive natural. As excepções acontecem esporadicamente, contrariando este paralelismo e imprimindo à volumetria do bairro um certo movimento.
Através da referida simetria e tendo como eixo a rua de acesso, conseguiu-se uma homogeneidade de fachada quer ao nível da rua quer ao nível dos logradouros, reforçada pelo recuo das entradas de garagem, destacando os pisos nobres da habitação e ainda pela utilização de diferentes materiais. Concretizando esta ideia o espaço habitável define-se como uma caixa que pousa sobre um embasamento de betão (que abriga a garagem) e que dissimula as diferenças que advêm da implantação em meia cave num terreno de declive acentuado.
O desenho do alçado pretende reforçar a presença da estrutura (laje, parede meação) onde se encaixa uma métrica de vãos, que assim origina uma modulação regular das fachadas. O jogo entre a modulação e o movimento dado pela utilização das portadas de correr contraria e desconstrói a aparente rigidez imposta pela “regra,” dotando o desenho do conjunto de diversidade.